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sexta-feira, 29 de junho de 2012

BLOW ME! KENSEIDEN - MASTER SYSTEM



Um jogo de Samurai que vai exigir de você habilidades de um Ninja para chegar até o fim.



HISTÓRIA

Em 1988 a Sega lançou um clássico hack'n slash sidescrolling para o seu Master System.  Ambientado no Japão feudal, Kenseiden conta a história de um Samurai que sai em busca dos cinco pergaminhos sagrados e da lendária espada do dragão que foram roubados pelos sete feiticeiros do mal. De quebra eles ainda infestaram o Japão com demônios e amaldiçoaram o país com trevas. Cabe a Hayate, o último descendente da linhagem do dragão, detonar com todo esse mal que está assolando o seu país e recuperar os itens sagrados da sua família..  

COMO FUNCIONA

O game é composto por 16 fases casca grossa. Ao longo das fases você vai ter que detonar sete feiticeiros evil (incluindo aí Yonensai, o Huge Modafoca Warlock) e passar por quatro salas de tortura treinamento que vão torrar sua paciência a ponto de você querer jogar o console pela janela (ou o pc, se for o caso de emulação ^_^).

Os sete Evil Bosses. Ganha um doce quem acertar qual deles é o Yonensai :P

A temida sala de tortura treinamento. Aí sua barra de energia aumenta quando você vence a fase.

As fases são representadas por províncias do Japão do século XVI. Sendo a última fase a província de Edo. Que hoje é representada pela capital do Japão, Tókio. Ao longo do jogo, Hayate passa por templos assombrados, cachoeiras, florestas e cavernas. Tudo isso numa atmosfera sombria e bizarra que só os japas conseguem fazer.

As 16 fases do game com o Castelo ao fundo na Província de Edo.

Um ponto que chama a atenção em Kenseiden é a obrigatoriedade de evoluir o personagem. Certas fases só podem ser concluídas com a devida técnica. O personagem evolui de habilidade toda vez que ele recupera um pergaminho. Interessante salientar que esse game é de 1988 e que esse modelo de evolução do personagem para detonar algum chefe ou concluir alguma fase é usado até hoje. Qualquer God of War da vida e similares usam essa mesma premissa roots. Ponto para Kenseiden por causa disso!

Porém, o quesito que mais destaca Kenseiden, entre quatro de cinco jogadores, é a sua dificuldade. Se você perguntar pra qualquer retrogamer se ele lembra de Kenseiden do MS, todos eles vão dizer a mesma coisa: "Aquele joguinho do Samurai? Putz... difícil bagarai. Mas era muito irado!".

O game não possui continues. Para conseguí-los você vai ter adquirir uns diários que se usá-lo você perde todas as habilidades adquiridas (que sacanagem...). O personagem só dispõe de duas vidas e uma barra de energia. Que pode ser parcialmente ou totalmente preenchida por alguns itens que estão disponíveis ao longo do jogo e aumentadas nas salas de tortura treinamento ou quando um chefão é derrotado.

Game Over, Man!

CONTROLES

A jogabilidade do game, na época que eu tinha o master, me parecia meio truncada. Alguns movimentos para serem realizados naquele joystiquizinho quadrado da tec toy era um parto, e às vezes irritava na imprecisão. O mesmo não se pode dizer se você jogar com um controle do ps2 via emulador. ...é outra coisa. Os movimentos são bem mais fluidos e pra retalhar monstros então, sai macio que é uma beleza.

Nostalgia pura. Mas executar alguns golpes aí...

SOM

O som do game é bem maneiro, retratando bem a atmosfera feudal nipônica e algumas fases mais sinistrinhas do game. E se você habilitar a função do chip yamaha ym2413, ou jogar o game num Master System japa (:P), aí é que fica uma beleza. Vai parecer que você tá jogando um jogo do Megadrive com cara de Master System. É coisa fina.

Chip "meu amor" da Yamaha. Faz toda a diferença em alguns jogos.


GRÁFICOS

Os gráficos impressionam para um sistema 8-bits. São bem detalhados e os movimentos dos golpes do samurai são muito bem feitos. Me impressiona a forma como o personagem realiza os cortes. A sega teve o capricho de tornar os golpes e posturas de Hayate bem fiel aos de um samurai. Tudo bem que o personagem corre como sobe escada, mas vamos dar um desconto... é um sistema de 8-bits.

Olha só a pose. Esse esqueleto está prestes a se dar mal.

Ainda falando em gráficos, a ambientação do jogo é uma das mais sinistras que eu já vi num console desta geração. Os tons do game são escuros e a paleta de cores varia entre o preto, verde e vermelho. Os inimigos bizarros da mitologia japonesa dão um toque todo especial ao design visual. Nada igual ao Castlevania da Konami.





Cenários sinistros e inimigos bizarros dão um toque todo especial ao jogo.

UM ADENDO

...e por falar em Castlevania, eu li por aí que Kenseiden tentou ser um castlevania do MS. Na minha humilde opinião de bosta, eu discordo. Kenseiden tem mais relação com Ninja Gaiden (What!?) do que com Castlevania, em termos dos elementos que compõem a história (é?). Por que ambos se passam no Japão; um se chama Hayate e o outro Hayabusa (:P); um é ninja, o outro é samurai; ambos tratam da lenda da espada Dragão e o ano de lançamento dos dois jogos é de 1988. ...tudo bem que ninja gaiden veio 6 meses depois de kenseiden, mas acho que esses jogos estão muito mais relacionados entre si do que com o Castlevania da Konami. E não estou dizendo com isso que NG copiou o samurai da Sega, mas que estes possuem elementos mitólogicos em comum.

O único ponto em comum entre o samurai retaliador da Sega e o cruzado do chicote da Konami é a presença de monstros mitológicos de suas respectivas nações, européia e asiática. Que diga-se de passagem, a asiática faz a européia parecer estorinha da carochinha para crianças. É muito mais sinistra e livre de qualquer glamour.

Outro aspecto diferencial é que o mal em Castlevania é personificado na figura do Drácula, e os chefões estão apenas fazendo um "trabalhinho" pra ele, dizendo: 'Ok. Nós vamos te ajudar a tornar o mundo um lugar pior'. Me parece uma relação mais terceirizada. Enquanto que em Kenseiden o mal é distribuído. São sete Warlocks poderosos e não existe entre eles uma relação de subalternidade. Sacou? Isso me parece bem mais maneiro.

Calma. Isto não é o que parece.

CONCLUSÃO

Kenseiden é um excelente game que vale a pedida. Não é a pérola máxima na biblioteca dos retrogames, mas desempenhou bem seu papel e envelheceu bem com o tempo. O game diverte bem e no quesito técnico não deixa a desejar. Sua fórmula até hoje é usada  na s gerações mais recentes de videogame. Recomendado.

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